Quem quiser adotar a Tarifa Branca de energia que entrou vigor este ano para unidades que têm um consumo médio mensal acima de 500 kWh nas redes de baixa tensão (abrangendo basicamente residências e pequenas empresas) precisa ficar muito atento a alguns fatores, sob o risco de acabar pagando mais caro pela energia do que os valores cobrados na tarifa convencional. Afinal, se a Tarifa Branca é mais barata nos horários de menor consumo, passa a ser bem mais cara nos horários de pico, quando o consumo é maior, no início da noite. A Comerc Energia calculou qual seria a economia máxima na conta de luz em cada capital do Brasil, caso os consumidores adotassem a Tarifa Branca.
O primeiro fator a se levar em conta diz respeito ao local em que sua unidade consumidora está localizada. “As vantagens da Tarifa Branca variam muito de lugar para lugar, em função do preço de energia cobrado pela distribuidora local”, conta Marcelo Ávila, vice-presidente da Comerc Energia. O segundo elemento a ser considerado, e tão importante quanto, diz respeito à capacidade de mudar hábitos, evitando ao máximo o consumo de energia nos horários de pico, quando o valor cobrado pela energia na Tarifa Branca é bem mais alto do que o cobrado nos horários de menor demanda.
Campeã nacional
Segundo os cálculos da Comerc Energia, há capitais, como Fortaleza, em que a diferença entre a tarifa convencional e a Tarifa Branca cobrada nos horários fora do horário de pico de consumo chega a 21%. Em São Paulo, por exemplo, essa diferença é menor, mas continua interessante: 13%. Já, em Manaus e em João Pessoa, mesmo se uma unidade de consumo desligar todos os seus aparelhos e iluminação no horário de maior consumo, o máximo que poderá economizar adotando a Tarifa Branca será 6%. “Esses 6% valem todo esse esforço?”, questiona Ávila. “Só o próprio consumidor poderá avaliar isso”, afirma ele.
“É preciso conhecer muito bem a sua capacidade de mudar hábitos de consumo de energia”, explica o executivo. Segundo ele, em uma casa só com adultos, é viável que todos concordem usar o chuveiro elétrico – um dos grandes vilões dos gastos residenciais de energia – antes ou depois do horário de pico, que varia conforme a distribuidora local. Em São Paulo, ele se estende das 17h30 às 20h30. Em Belo Horizonte, das 17h às 20h. “Mas se a família tem crianças que dormem cedo, talvez não seja possível abrir mão do banho quente à noite”, exemplifica.
Pequenas empresas
O mesmo raciocínio vale para as pequenas empresas. “Um escritório que fecha às 18h pode, tranquilamente, adotar a Tarifa Branca, pois terá o maior benefício dessa opção, pagando mais barato pela energia que consome durante o dia. Já uma lanchonete que está aberta até às 22h, e precisa manter ligados o ar condicionado e os fornos elétricos, acabará pagando mais caro caso opte pela nova modalidade de tarifa de energia”, detalha Ávila. “Afinal, qual padeiro quer perder o cliente por não dispor de um pão quentinho assado na hora, ainda que seja à noite?”.
A recomendação de Ávila é que cada consumidor faça uma simulação do seu consumo de energia. “Algumas distribuidoras já prometeram oferecer a seus clientes programas de simulação do preço da energia sob o regime da Tarifa Branca, baseados no histórico de consumo de cada unidade consumidora de energia”, informa. “Com essas informações à mão, a decisão será muito mais acertada”, conclui ele.
Confira abaixo qual é a economia máxima permitida pela Tarifa Branca – quando todos os aparelhos e iluminação estão desligados no horário de ponta – em cada capital do Brasil.
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