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4º Workshop Online de Energia – Palestra Adriano Pires

A Comerc realizou na última terça-feira, 17, o 4º Workshop Online de Energia com a presença de Adriano Pires, especialista do Setor Elétrico, sócio-fundador e Diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), e do presidente da Comerc Energia, Cristopher Vlavianos.

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A Comerc realizou na última terça-feira, 17, o 4º Workshop Online de Energia com a presença de Adriano Pires, especialista do Setor Elétrico, sócio-fundador e Diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), e do presidente da Comerc Energia, Cristopher Vlavianos.

O debate foi centrado na possibilidade da decretação de racionamento em 2015. O vídeo do Workshop pode ser visto clicando aqui. Abaixo, um breve resumo das apresentações.

ORIGEM DA CRISE DO SETOR ELÉTRICO

  • Excesso de interferência política do governo no setor
  • Sucessivos erros de planejamento
  • Atrasos/falta de investimentos
  • Falta de chuvas

ÚLTIMA DÉCADA

1ª Fase:

  • Na eleição do Lula, início dos anos 2000, a preocupação do governo era com a segurança do abastecimento, fato que ajudou o ex-Presidente Lula a se eleger, com a promessa de que não haveria racionamento. O bom senso prevalece naquele período e o mercado livre é mantido.
  • Até 2009, o foco é segurança energética. Leilões criados favoreciam as térmicas

 2ª fase:

  • A partir de 2009, o governo foca em  Modicidade Tarifária. Aparecem os leilões somente de projetos eólicos e começam as discussões sobre a matriz energética ‘manchada’ com térmicas fósseis. Fica claro que o Governo não permitiria mais a participação de fontes térmicas.
  • Decisão do governo de ceder às pressões para construir hidrelétricas a fio d’água.
  • Junto com a Modicidade Tarifária, governo começa a querer controlar as taxas de retorno do setor. Atrai-se o “investidor abutre” que promete fazer o investimento e não entrega.
  • Os leilões de energia com foco em modicidade tarifária são vencidos por empresários sem tradição, que não conseguem cumprir os prazos.

MP 579 EM SETEMBRO DE 2012

Em 2012, o nível dos reservatórios já estava caindo. O governo, ao aprovar a redução do custo da energia em 20%, quis revogar a lei da oferta e demanda, porque se o custo sobe, você reduz o consumo. O maior beneficiado foi o mercado cativo, que representa 75% do mercado de energia elétrica.

 REDUÇÃO DO TETO DO PLD NO TÉRMINO DE 2014:

A medida retirou oferta de energia do Mercado (exemplo: geração a biomassa) e penalizou muita gente que se preparou para um preço maior de PLD, comprando contratos.

 GERAÇÃO HIDRÁULICA E MRE (GERAÇÃO FÍSICA/COMPARTILHAMENTO DO RISCO DA GERAÇÃO HÍDRICA):

A garantia física do sistema está muito abaixo dos excedentes de geração, o GSF. Como o reservatório está vazio, a geradora precisa comprar energia ao PLD. O custo é de R$20 bilhões. O governo alega que este é um risco do negócio e não poderia ser coberto pelo Tesouro. As geradoras dizem que não é um risco do negócio o mau gerenciamento do nível dos reservatórios em 2014.

 IMPACTO REGULATÓRIO:

Os remendos efetuados para cobrir os problemas criados com a MP579:

Fonte: Apresentação Adriano Pires 4º Workshop Online de Energia

Fonte: Apresentação Adriano Pires 4º Workshop Online de Energia

“TARIFAÇO” DE ENERGIA:

  • No setor comercial, a tarifa cresceu 9% contra 7% do setor residencial entre 2013/2014.
  • Desde 2012, o Brasil vem utilizando muita térmica, na contramão do mercado: não houve racionamento em 2014 porque o Brasil não cresceu.
  • Em 2015, ao aumentar a tarifa em 70%, tende-se a zerar os R$111 bilhões investidos no Setor desde 2013.
  • O Governo acha que, ao aumentar a tarifa em 70%, reduzirá a demanda de energia, fazendo decrescer o consumo físico em até 10%. Com isso, evita o racionamento em 2015
  • Aumento do Custo de Energia em 2015 é uma medida de “Racionamento Branco”
custos do setor

Fonte: Apresentação Adriano Pires 4º Workshop Online de Energia

RACIONAMENTO:

Vivemos uma situação de risco maior de racionamento. O ‘tarifaço’ poderá evitar um racionamento em 2015. Trabalhávamos com um risco de corte de 4%. Com o reajuste no custo da energia em 70%, estima-se uma queda do consumo de energia de 8%. Esta queda poderá evitar um racionamento físico em 2015.

 CENÁRIO PARA 2016:

Se mantivermos o cenário atual dos reservatórios, chegaremos em novembro de 2015 com 15% dos reservatórios. Daqui a um ano, poderemos estar nos questionando: HAVERÁ RACIONAMENTO EM 2016?

Oportunidades

1. Gás Natural:

Em 2015, os EUA pensam em exportar gás. Oportunidade para o Brasil é importar esse gás para um período de transição, enquanto o pré-sal não fica pronto. Usina a gás deveria estar na base do sistema.

2. Geração Regional:

  • Vento é um grande ativo
  • Água é um ativo na região Norte
  • Biomassa mal utilizada na região Sudeste/Centro-Oeste
  • Carvão na região Sul poderia ser utilizado
  • Mito: Energia Nuclear – poderíamos voltar a investir em nuclear

Conclusão:

“Energia não é algo barato. Será, a cada ano, mais difícil e cara. Precisamos saber usá-la racionalmente. Não dá para entender um país com essa diversidade, com uma complementaridade de energia, ter um custo elevadíssimo em relação a outros países. Vemos sucessivas decisões populistas, em que o governo cismou em mudar a lei da oferta e demanda. O cenário é dramático, pois ao redor do mundo a energia fica mais barata e aqui, mais cara.”

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