Fonte: IpeaData/Eletrobras
A presidente Dilma Rousseff apresentou, em setembro de 2012, a MP 579, propondo a redução das tarifas de energia no mercado cativo em cerca de 20%, incluindo os setores residencial, comercial e industrial.
De acordo com o gráfico de tarifas médias da indústria no Ambiente de Contratação Regulada (ACR), divulgado pelo IpeaData a partir de dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o valor da tarifa média de fornecimento, sem considerar os tributos, foi reduzido de R$279,15/MWh em janeiro de 2013 para R$221,62/MWh em fevereiro de 2013 – variação de 20,61% para a indústria consumidora de energia no Mercado Cativo.
Enquanto as tarifas eram reduzidas a partir de 2012, a geração térmica disparou, passando de 5.523 MW médios em 2011 para 14.836 em 2012.
Fonte: ONS
Ao final de 2014, com a falta de chuvas no ano e o despacho térmico mantido no limite máximo, o custo da energia tornou-se insustentável para que a redução de 20% continuasse constante. Além disso, a renovação da concessão não foi completa, restando 2.000 MWmédios de exposição involuntária às distribuidoras entre 2013 e 2014, em meio a um período de PLD no teto.
A tais fatos somam-se:
- Consumo residencial elevado;
- Menor regularização dos reservatórios, com a expansão da geração hídrica à base de usinas a fio d’água;
- Manutenção da geração térmica enquanto o nível dos reservatórios estiver reduzido.
Resultado:
Os reajustes promovidos no final de 2014 e o Reajuste Tarifário Extraordinário apresentado em fevereiro deste ano trouxeram o custo da energia a um patamar próximo ao custo anterior à MP 579. O valor da energia no Mercado Cativo para a indústria praticamente voltou ao mesmo patamar do final de 2012, com R$276,87/MWh. Isso porque os Reajustes Tarifários Anuais ainda vão acontecer ao longo de 2015. O consultor Adriano Pires estimou, em evento realizado para os Clientes da Comerc, que o ‘tarifaço’ de 2015 pode chegar a 70% até o final do ano.