Saiba mais sobre como o PLD pode variar ao longo do ano e quais são os pontos de atenção que você deve ter na sua empresa
Hoje, no Brasil, a maior parte da energia elétrica é gerada pelas hidrelétricas, que se tornaram um forte pilar econômico. Com abundância de recursos e uma superfície territorial apropriada, temos um sistema gerador capaz de garantir energia para todo o país.
Porém, como todo recurso natural renovável, dependemos de condições climáticas para o pleno abastecimento. Nesse caso, o nível de chuvas é que rege o funcionamento das bacias hidrográficas e todo o sistema interage com esse fator.
Tendo isso em mente, é possível imaginar que os encargos e taxas na sua conta de luz podem variar de acordo com a capacidade do sistema de entregar uma quantidade garantida de energia.
Sim, é realmente isso que acontece. Encargos de Serviços do Sistemas (ESS) e o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), por exemplo, variam de acordo com a oferta de energia, que é influenciada pelo nível de recursos disponíveis.
Ou seja, em momentos de escassez hídrica, a distribuição de energia será recalculada e isso afetará o valor para o consumidor final.
Para entendermos melhor esse impacto, vale lembrar que o PLD (Preço de Liquidação das Diferenças) é o cálculo horário feito entre subsistemas pela CCEE que determina uma relação entre o volume de energia contratada e a energia gerada.
Ou seja, ele acompanha a oferta e demanda, indicando se o sistema está em equilíbrio ou não.
Se há uma elevação no valor do PLD, significa que a oferta está pressionada pela demanda e que os sistemas não estão dando conta de abastecer certas regiões, fato que pode ser ocasionado também pela falta de chuvas.
Os Encargos de Serviço do Sistema também interagem com a oferta e demanda de energia, representando o custo incorrido de segurança que mantém o pleno funcionamento do sistema.
Os consumidores fazem o pagamento aos geradores de energia e o valor é calculado mensalmente pela CCEE. É necessário cobrar ESS para fornecer operações não previstas no sistema.
Essas taxas têm relação, principalmente, com a autorização de despacho de cada usina, quando entende-se que é necessário aumentar a oferta de alguma forma para suprir a alta demanda.
É uma ferramenta importante para garantir o equilíbrio dentro do SIN, ajudando a garantir segurança e uma redistribuição da energia em momentos de crise elétrica (problemas de transmissão) ou energética (falta de recursos).
Até aqui sabemos como a escassez de chuvas pode alterar todo um sistema, mas é importante saber como isso afeta os consumidores finais, que têm sua fatura modificada e pagam mais caro pelo reajuste na distribuição.
O consumidor livre, apesar de poder escolher o seu fornecedor e negociar valores e quantidade de energia contratada, também é atingido pela variação dos valores de encargos.
Continua sendo um ambiente de boa negociação nesse momento, mas os preços também poderão sofrer alterações. O cálculo tarifário será feito proporcionalmente ao seu consumo total.
No ACL, os consumidores ficam expostos ao Mercado de Curto Prazo e nesse cenário acabam pagando mais caro pela energia, já que precisam encontrar maneiras de abastecer seu estabelecimento.
Também é importante que os clientes do ACL se atentem ao cenário nacional antes de fazer a contratação de energia, estudando estratégias que evitem grandes prejuízos, como contratos menores com usinas que tenham uma boa garantia física e análise de custos e encargos.
Um dos principais motivos para o valor do Aporte de Garantias Financeiras na CCEE ter subido é a escassez hídrica que teve como consequência uma crise energética.
As movimentações para estabilizar a distribuição de energia envolvem o acionamento de usinas termelétricas para suprir a baixa produção das hidrelétricas. Quando não há água nos reservatórios, é necessário comprar energia de outras usinas para cumprir o contrato.
Esse acionamento induz um aumento automático dos valores de aporte e do preço para o consumidor final, visto que em momentos de crise hidroenergéticas a ONS irá estudar maneiras de despachar as usinas de acordo com seu custo de produção.
O custo de produção das usinas termelétricas já é naturalmente mais alto e nesse cenário podem não estar prontas o suficiente para distribuir energia, o que leva ao acionamento das usinas com custo mais elevado.
Mesmo que haja períodos de chuva nesse tempo, ainda não é o suficiente para reequilibrar o SIN e as termelétricas continuarão sendo acionadas.
Enquanto a previsão de saída da crise estiver longe, as estratégias de acionamento de outras usinas elevará o custo de todo o sistema, além de ser mais prejudicial ao meio ambiente.
Não há risco de desabastecimento, mas será uma energia mais cara e as bandeiras tarifárias ficarão altas até que o cenário hídrico do Brasil mude.
O Brasil está vivendo hoje uma das piores crises hídricas dos últimos 91 anos, onde os reservatórios estão em níveis baixíssimos, principalmente nas regiões sudeste e centro-oeste.
Dentro do Sistema Interligado Nacional, cada usina possui uma capacidade determinada para geração de energia e conversam entre si para que consigam abastecer todo o país.
Embora esse sistema consiga atender todas as regiões, se o país não tivesse investido em outras matrizes energéticas, com certeza estaríamos passando por um racionamento elétrico.
Crises hídricas obrigam os órgãos responsáveis a pensar em novas estratégias de abastecimento e hoje há novas maneiras de garantir energia para a população de maneira sustentável.
Esse movimento pode trazer, para os próximos anos, uma descentralização da produção nas hidrelétricas, garantindo uma variedade de fontes e melhores preços para os consumidores.
Nosso sistema já pode ser apresentado como hidro-termo-eólico e isso diminui a dependência do país pelas usinas hidrelétricas, sendo possível utilizar de outras fontes para garantir o abastecimento.
Para os consumidores do mercado cativo, a bandeira tarifária de “escassez hídrica” ainda não tem data para terminar. E no mercado livre isso se refletirá pelo menos até o fim do primeiro semestre de 2022.
A cada mês, a previsibilidade se torna mais difícil e a Aneel já se posicionou e apesar de estarmos entrando no verão, onde esperamos por um bom volume de chuvas, o processo de restabelecimento do sistema será demorado.
Seguimos nos adaptando ao cenário crítico que vem se formando ao redor do mundo. Nossas ações diante da natureza, refletem esses resultados, pois é sabido que atingimos um nível alarmante de mudanças climáticas e essas afetam o volume de chuvas.
Existe um ciclo vicioso que nos coloca em um caminho de escassez de recursos e nos próximos anos ainda sofreremos com falta de água, desmatamento, aquecimento global entre outros problemas ambientais que afetam direta e indiretamente a população.
A crise hídrica no Brasil afeta muitos setores da sociedade. Além dos orçamentos e do prejuízo no comércio, também reduziu a fonte de alimentos, reduziu a fonte de água para a população e prejudicou, claro, a fonte de energia.
É interessante ter em mente, principalmente enquanto vivemos esse cenário, algumas estratégias que podem ser aplicadas dentro do seu negócio para diminuir o impacto.
>> Saiba mais sobre sustentabilidade no mercado de energia
Em momentos de crise, é sempre muito importante acompanhar o andamento das ações dos órgãos responsáveis e fazer um bom planejamento de energia, pautado pela estruturação do sistema.
As gestoras são aquelas que vão ajudar você a encontrar as melhores alternativas dentro do mercado livre, pois além de fazer a ponte entre você e o vendedor de energia, seu papel é estar em contato com diferentes fornecedores e ajudar a negociar as melhores condições de compra de energia.
Além disso, você contará com uma inteligência completa para ficar por dentro das movimentações do mercado, encargos, assuntos regulatórios.
Para entender os principais pontos sobre o assunto assista o webinário: Por que a crise hídrica deixou a conta de energia elétrica tão cara?
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