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Cenário político conturbado coincide com queda de 3,21% no consumo de energia em julho

Escrito por Comerc Energia | Sep 6, 2016 5:35:33 PM

Índice Comerc Energia acusa recuo de até 13,71%, verificado no segmento de eletromecânica em relação ao mesmo período no ano passado

Depois de um mês próximo à estabilidade, o consumo de energia dos clientes da Comerc voltou a se contrair. Em um mês em que o cenário político do país esteve particularmente conturbado, com a proposta de impeachment da presidenta Dilma Rousseff em curso no Senado, apenas 4 dos 12 segmentos monitorados apresentaram crescimento, ante 8 que registraram queda. O cenário de incerteza política afeta o ritmo de investimentos no país e, em consequência, o desempenho da indústria e comércio, com influência sobre o consumo de energia.

A queda no consumo de energia dos clientes Comerc em julho sobre junho chega a 3,21%. Ao mesmo tempo, o índice registrou um recuo de 2,8% no mês, em relação a julho de 2015, depois de ter alcançado uma relativa estabilidade em junho (-0,92%). O índice, publicado mensalmente, leva em conta o consumo das cerca de 1300 unidades na sua carteira, pertencentes a mais de 600 grupos industriais e comerciais que compram a energia elétrica no mercado livre.

“A redução do consumo de energia revelada pelo Índice Comerc está em linha com o cenário econômico do País em julho, mês marcado por um contexto particularmente difícil tanto na política, quanto na economia”, afirma Cristopher Vlavianos, presidente da Comerc Energia. O executivo cita o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que registrou uma inflação de 0,52% no mesmo mês. E ressalta outro indicador, a taxa de desocupação da PNAD contínua, divulgada em julho, que registrou 11,6% no trimestre encerrado em julho, contabilizando um exército de 11,8 milhões de pessoas sem ocupação no País no período.

 

O executivo chama a atenção, ainda, para o forte recuo do consumo de energia em julho (em relação a junho) das empresas pertencentes ao segmento de eletromecânica (-13,71%). “O dado está em linha com o que têm denunciado as associações do setor – em parte representado pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) e, em parte, pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq)”, explica Vlavianos.

De acordo com a Abinee, por exemplo, no primeiro semestre do ano, deu-se uma queda expressiva na produção industrial de sua base, da ordem de 19,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Já João Carlos Marchesan, presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ, tem publicamente afirmado que a sua base vem sofrendo uma forte retração. De acordo com o líder empresarial, o setor que representa foi reduzido a 40% nos últimos três anos.

Outros segmentos com retrações expressivas no mês de julho (em relação a junho), apurados pelo Índice Comerc Energia, são os manufaturados (-8,76%) e os alimentos (-5,84%).
Perspectiva anual

 

“A boa notícia fica por conta do setor de química”, frisa Vlavianos. O Índice Comerc Energia aponta que, se comparados os índices de julho de 2016 sobre o mesmo mês em 2015, o segmento cresceu 8,97%. O cenário revela-se preocupante, no entanto, para as empresas do setor de Materiais de Construção, que consumiram no ano menos 15,34% de energia; e os Manufaturados, com queda de 10,81% em igual período.