De acordo com Índice Comerc, setor encerrou agosto com alta no consumo de energia em comparação ao mesmo período de 2019
Na contramão da crise ocasionada pela pandemia de Covid-19, o setor de Embalagens vem operando a pleno vapor. A implementação de medidas de isolamento para conter o vírus fez com que o comércio online e a alimentação por delivery aumentassem exponencialmente, resultando em maior demanda por embalagens. O setor encerrou agosto com um ligeiro aumento no consumo de energia: 0,88% em relação ao mesmo mês de 2019. É o que aponta o Índice Comerc, que apura o consumo de energia nos 11 principais setores da economia.
O desempenho animador do setor vem sendo observado há alguns meses. No primeiro semestre, o país produziu 357 mil toneladas de papel cartão – alta de 1,4%, em relação ao mesmo período em 2019, segundo a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá). Já a produção de papelão ondulado registrou alta de 8,16% em julho em comparação ao mesmo período de 2019, de acordo com a Associação Brasileira do Papelão Ondulado – ABPO.
Para Marcelo Ávila, vice-presidente da Comerc Energia, o consumo de energia pelo setor de Embalagens deve se intensificar ainda mais até o fim do ano. “Mesmo com a flexibilização das medidas de isolamento, observamos que o consumo online e por delivery deve permanecer em alta, pois foi muito bem recebido pelo consumidor. Além disso, o último trimestre do ano tende a ser favorável para o setor devido às datas comemorativas, como Dia das Crianças [outubro], a Black Friday [novembro] e o Natal [dezembro]”. Ávila ressalta que outros setores devem ser impactados com a proximidade dessas datas, com Alimentos e Comércio & Varejista, que costumam intensificar suas atividades no fim do ano.
O otimismo com a retomada também pode ser observado no setor Químico – que ao exemplo do setor de Embalagens, permaneceu aquecido mesmo durante a pandemia e, em agosto, apresentou alta de 3,8% em comparação a agosto de 2019. De acordo com um levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), no mês de agosto aproximadamente 40% dos segmentos industriais registraram um nível de confiança maior do que o observado no período pré-pandemia, com a indústria química ocupando o terceiro lugar no ranking, poucos pontos atrás da Têxtil e da de Veículos.
Em agosto, oito dos 11 setores monitorados pelo Índice Comerc apresentaram alta no consumo de energia em relação ao mês anterior (julho). Dos que apresentaram queda, Alimentos e Papel & Celulose permaneceram na média histórica (2,13% e 2,52%, respectivamente); Materiais de Construção, que se mostrou aquecido durante a pandemia, apresentou queda de 7,02%. “Todos os setores estão ansiosos pela retomada, que já vem sendo observada, mesmo que de maneira modesta. É cedo para avaliar, no consolidado do ano, os setores que serão mais ou menos impactados com a pandemia, mas ver que o mercado está se aquecendo e se preparando para o último trimestre deve ser enxergado de forma positiva”, completa Ávila.
Metodologia
O Índice Comerc Energia, publicado mensalmente, leva em conta o consumo de mais de 2.300 unidades de sua carteira, pertencentes aproximadamente 1.100 empresas que compram energia elétrica no mercado livre.