O Mercado de Gás Natural no Brasil teve grandes avanços nos últimos dois anos e está em evidência na agenda regulatória do governo, que prevê grandes mudanças desse setor para o país.
A Comerc realizou, no dia 14/11, um webinário explicando mais sobre essa temática e como a abertura do mercado de gás natural pode beneficiar os brasileiros. O conteúdo foi apresentado pelo diretor da Comerc Gás, Pedro Franklin, e pela analista Marcella Mondragon.
A Comerc Gás é o braço da Comerc Energia direcionada para operações de gás natural. Ela prepara os clientes para as mudanças desse mercado, dando suporte em análises contratuais e acompanhamento integral de todos os movimentos do setor em busca das melhores oportunidades.
Mas o que é Gás Natural?
A definição técnica de gás natural, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), é “uma substância composta por hidrocarbonetos que permanecem em estado gasoso nas condições atmosféricas normais”.
Ele pode ser encontrado no subsolo marítimo ou terrestre, junto às jazidas de petróleo, e é formado a partir da decomposição de materiais orgânicos.
O GN é usado como fonte de energia em indústrias, residências e veículos (o GNV – Gás Natural Veicular). Entre os combustíveis fósseis, ele é o menos poluente, e tem alta performance, qualidade.
A produção do gás natural
O Gás Natural (GN) pode ser encontrado no pós-sal (profundidade de 2 a 3 mil metros) ou no pré-sal (profundidade de 5 a 7 mil metros).
Hoje, o pré-sal representa mais de 50% da produção desse recurso. Com a tecnologia já dominada e os custos caindo, esse meio está na mira de investidores nacionais e internacionais.
Para ser levado ao continente, o GN é escoado por gasodutos e, então, é passado por uma Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) para, finalmente, ser enviados aos gasodutos de transportes até os “city gates”, ponto de entrega para as unidades de consumo por meio das distribuidoras de gás do país. Atualmente, são 27 distribuidoras no Brasil.
Além da produção doméstica, o Brasil também importa gás natural da Bolívia e de outros países por navios de GNL – Gás Natural Liquefeito. Esse último é usado para acionar termelétricas, quando necessário para suprir o consumo de energia.
A malha de gás natural no Brasil
O Brasil tem aproximadamente 9.400 km de extensão em malhas de gasodutos espalhadas por todo o território. Temos o trecho do Gasbol (transportadora TBG) que vem da Bolívia passando por Mato Grosso do Sul, São Paulo e vai até o Rio Grande do Sul. O trecho sudeste (transportadora NTS) e o trecho nordeste que vai até o Ceará.
A malha está concentrada no litoral do país. E temos também uma pequena malha na Amazônia e em Mato Grosso.
Como funciona o mercado de Gás Natural no Brasil
A Petrobras sempre dominou a cadeia produtiva de Gás Natural (GN) no país. Mas, desde 2014, com a necessidade de capitalização decidiu desinvestir nesse setor, abrindo mais espaço para outras empresas.
Até então, a estatal dominava a produção, importação e transporte desse recurso. O cenário já mudou e continuará mudando. A Petrobras já vendeu participação em algumas distribuidoras, malha de transporte do Sudeste, a malha Nordeste está em fase final de negociação e deve sair no futuro dos gasodutos de escoamento e plantas de processamento.
Os serviços de distribuição do gás natural são regulados por agências reguladoras em cada estado. Isso acaba provocando muitas diferenças entre estados e existe um esforço para harmonização das regras de regulação.
Já a exploração, produção, tratamento e transporte são regulados por uma agência nacional, a ANP.
A oferta e a demanda de gás natural
A capacidade de oferta de gás natural no Brasil é de aproximadamente 120 milhões metros cúbicos por dia, sendo a oferta doméstica em torno de 50 milhões m³/dia. E essa oferta aumentará. Segundo Pedro Franklin, novos campos no pré-sal com grandes volumes irão iniciar a produção nos próximos anos, além da construção de terminais de regaseificação de GNL.
“O que o Brasil precisa é que esse mercado seja mais competitivo para criar a demanda necessária para essa oferta que virá.”, explica o diretor.
O recurso energético é o menos poluente dos combustíveis fósseis, tem alta performance, tem baixo custo e o país terá em abundância, é necessário mostrar ao mercado as qualidades do gás natural para que ele seja conhecido e acessível. Para que isso aconteça, o governo entende que precisa avançar, e muito, em infraestrutura e na agenda regulatória.
“As barreiras regulatórias impedem o avanço desse mercado. Por isso, a agenda regulatória está movimentada e, em um curto prazo, devemos ver grandes mudanças”, conta.
A agenda regulatória de gás natural no Brasil
Hoje, temos alguns projetos regulatórios que prometem alavancar o setor de gás natural no país.
Segundo nosso diretor, esses movimentos e a descentralização da Petrobras trazem a certeza de que o mercado de gás natural será mais competitivo e acredita-se que até 2020 grandes mudanças já acontecerão.
Se você quiser conferir mais detalhes sobre esse setor, assista o nosso webinário e fique por dentro das nossas novidades.