A implementação do preço horário foi adiada para 2020 (clique aqui e veja mais detalhes). Ainda assim, órgãos e empresas do setor de energia vem debatendo e antecipando desafios e oportunidades que esse novo modelo trará ao mercado quando entrar em vigor.
A Comerc Energia foi convidada a participar do Wind 360o, fórum de cases e debates sobre o setor eólico no Brasil que, dentre diversos temas, abordou a implantação do preço horário. O evento aconteceu nos dias 28 e 29 de junho, em São Paulo.
Nossa gerente de Pesquisa e Estudos de Mercado, Juliana Chade, participou do painel “Formação de Preço: granularidade horária – oportunidades e tendências”. Mediado pelo Diretor de Comercialização e Serviços da EDP, Renato Volponi, o debate trouxe à tona os desafios do setor eólico com esse modelo.
“Em muitas usinas, a geração de energia eólica é maior durante a madrugada por conta do perfil de velocidade dos ventos nesse horário. Em contrapartida, o consumo de energia nesse período é menor e, portanto, menos atrativo para o setor eólico”, afirma Juliana Chade.
Apesar dessa desvantagem a curto prazo, conta a gerente, o setor eólico terá uma vantagem a longo prazo: investimento e incentivo às fontes flexíveis de energia, podendo dar espaço ao aumento da fonte eólica na matriz brasileira.
Outra questão levantada nesse painel foi a possível adaptação de indústrias e dos principais consumidores aos valores de energia mais baratos durante o período noturno. “Se uma empresa puder alterar seu pico de consumo para madrugada, por exemplo, ela terá mais economia e competitividade. Então, é muito possível que isso venha a acontecer com o modelo de preço horário”, explica Chade.
A Consulta Pública 33 prevê a criação do preço horário em substituição ao modelo atual de variação semanal, o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), e tem como objetivo maior equilibrar a cadeia de energia no Brasil, desde a geração até o consumo. Promovendo, assim, uma alocação mais junta de custos e riscos entre todos os players do setor (geração, transmissão, distribuição e consumidor). Confira aqui os principais resultados dos estudos feitos pela Câmara de Comercialização de Energia (CCEE).
E a Comerc Energia segue participando de discussões e estudos sobre a CP 33. No dia 1o de agosto, participaremos do Workshop Abraceel e Apine, em conjunto com a Aneel, que discorrerá sobre a implantação do preço horário.