Eficiência energética é a atividade que busca reduzir o consumo de energia para a produção de um mesmo produto ou serviço, considerando soluções de acordo com a realidade de cada cliente. Com o aumento significativo nas tarifas e o cenário de redução em suas receitas, as empresas têm buscado essa atividade como solução para economizar os gastos com energia.
No dia 5 de março comemora-se o Dia Mundial da Eficiência Energética, uma solução para maximizar o consumo de energia elétrica já adotada em muitos países.
Em um estudo realizado pela ACEEE (American Council for an Energy-Efficient Economy) em 2016, o Brasil ficou em penúltimo lugar no ranking que enumerou a eficiência energética de 24 países, ficando atrás de Índia, Tailândia e Indonésia.
Considerando ainda os investimentos (US$/per capita) feitos nos projetos de eficiência, estamos em 13º lugar ao investir US$ 3,29 enquanto a líder do ranking, Alemanha, investiu US$ 318,49.
A indústria brasileira poderia economizar R$ 4 bilhões anuais em energia já em 2020, apenas adotando tecnologias de eficiência energética, de custo relativamente baixo. Com a busca da otimização do uso de fontes de energia, temos um alto potencial de investimento com ganhos econômicos e sustentáveis.
“Precisamos quebrar o paradigma no Brasil de que Eficiência Energética é um gerador de custos, quando na verdade, é uma ação que possibilita a redução de gastos de forma perene, que pode garantir maior rentabilidade e competitividade em um mercado cada vez mais globalizado”, explica Marcel Haratz, Diretor da Comerc ESCO, unidade de eficiência energética do grupo Comerc Energia.
No caso do comércio, o potencial de economia a partir de 2020 são de R$ 2,4 bilhões anuais em gastos com eletricidade.
A pedido da Comerc ESCO, a consultoria Sinerconsult calculou qual seria impacto no meio ambiente, caso a indústria e o comércio alcançassem todo o seu potencial de eficiência energética em 2020. “Na ponta do lápis, descobrimos que a indústria deixaria de emitir mais de 6 milhões de toneladas de CO2 equivalente e o comércio outros 2,6 milhões”, informa o executivo. Essa redução equivaleria, ainda, a uma área de 12,7 mil hectares de reflorestamento, em função do esforço da indústria, e outros 5,5 mil hectares de reflorestamento, em razão do investimento do comércio. No total, as duas áreas corresponderiam a mais de 60,9 milhões de árvores.
Em 2018, calculamos o custo de não fazer eficiência energética. Um shopping center, por exemplo, com uma conta mensal de R$ 800 mil, tem o potencial de reduzir em até 25% os gastos com climatização e 21% os de iluminação, o que representaria uma economia mensal de R$ 368 mil mensais em energia.
Uma das principais vantagens é a possibilidade de redução de custos com a substituição por equipamentos mais eficientes que reduzem, consequentemente, os custos com energia elétrica. Com a implementação desses projetos, também é possível aumentar a produtividade e confiabilidade, por exemplo, em equipamentos como motores, refrigeradores e compressores de ar. Os projetos diminuem a ocorrência de quebras nos equipamentos, paradas não programadas, além de diminuir horas improdutivas de trabalho das máquinas.
Considerando a emissão de CO² causada pela geração de energia, a redução no consumo energético implica diretamente na redução da emissão desse gás, sendo assim a aplicação de projetos em eficiência energética também torna o consumo de energia mais sustentável.
No Brasil, o custo de não implantar medidas de eficiência energética nas empresas pode ultrapassar em torno de 20% do valor da conta de energia.