A greve dos caminhoneiros, que paralisou as rodovias do País por dez dias a partir do dia 21 de maio teve impactos importantes no consumo de energia de indústrias e grandes unidades de consumo do mercado livre. Sem insumos para alimentar as indústrias, ou mercadorias para serem transportadas, várias unidades industriais foram obrigadas a reduzir sua produção. Segundo cálculos da Comerc Energia, empresa líder do mercado livre de energia, nos últimos dez dias do mês o setor sofreu queda de 25,95% no consumo projetado para o período.
A vertical que sofreu o maior impacto foi a de Alimentos, com uma queda de 39,10% nos últimos dez dias do mês de maio, seguida pelo segmento de Eletromecânica (-36,95%), Química (-31,85%) e Materiais de Construção (-28,52%). O menor impacto for registrado na vertical de Têxtil, Couro e Vestuário (-9,23%). Ainda que o segmento de Comércio e Varejista tenha sofrido uma queda menor, de -7,66%, é importante desconsiderá-lo, pois a vertical é muito mais afetada pela variação da temperatura – já que o seu consumo de energia é fortemente calcado na refrigeração do ambiente, que independe do transporte de insumos ou de mercadorias pelas estradas do País.
Metodologia
Os cálculos foram feitos pela Comerc Energia têm como base os dados publicados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), do seu Sistema de Coleta de Dados de Energia (SCDE), referentes aos 21 primeiros dias do mês – os quais serviram para projetar os dez últimos dias do mês, caso não houvesse a greve e o consumo seguisse o seu ritmo normal até aquele momento. Um segundo cálculo levou em conta os resultados da CCEE para o mês fechado, e deles subtraídas as três primeiras semanas, para se chegar à queda no período da greve em comparação ao que havia sido projetado, caso ela não ocorresse.