O preço da energia elétrica tem impacto direto sobre o desempenho de todos os setores da economia. O custo do insumo pode contribuir para encarecer ou baratear o preço final de produtos e serviços. Mas você sabe o que determina se os preços da energia vão aumentar ou diminuir em todo o país?
O Brasil tem uma matriz de eletricidade composta por mais de 60% de energia hidrelétrica. Por isso, o nível de água armazenada nos reservatórios das hidrelétricas é o principal indicador da disponibilidade para geração de energia. Quando o nível está muito baixo, é necessário acionar usinas térmicas para suprir a necessidade dos consumidores, o que faz o custo da operação subir consideravelmente.
Essas oscilações atuam sobre o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), que influencia os preços praticados nos mercados cativo e livre. Nas tarifas do mercado cativo, uma alta no custo da operação pode ser repassada aos consumidores imediatamente por meio das Bandeiras Tarifárias e dos reajustes anuais e extraordinários. No mercado livre, se o consumidor estiver 100% contratado e não precisar comprar ou liquidar energia no curto prazo, ele não sentirá as oscilações no PLD. Já as negociações para novos contratos de energia de curto, médio ou longo prazo são influenciadas. Nesse caso, se o PLD estiver mais baixo, é mais provável que o consumidor consiga fechar um contrato por um preço mais interessante e vice-versa.
Chove chuva
O volume de chuvas tem tudo a ver com o nível dos nossos reservatórios e, consequentemente, com o preço da energia. Todos os dias, meteorologistas se dedicam a fazer as previsões mais precisas possíveis para antecipar as probabilidades de viradas no tempo em todo o país. A má notícia é que não basta chover para encher os reservatórios, tem que chover no lugar certo! Isso significa que verdadeiros dilúvios nas cidades muitas vezes não têm efeito nenhum sobre o nível dos reservatórios, pois são alimentados pelas vazões dos rios, que podem nascer bem longe dali.
O Brasil é dividido em quatro submercados – Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste, Norte e Sul –, cujos níveis dos reservatórios influenciam os preços da energia. O Sudeste/ Centro-Oeste concentra 70% dos reservatórios do país, enquanto o Sul consegue armazenar apenas 7% do volume de água do país. É possível enviar energia entre os submercados, que compõem o Sistema Interligado Nacional (SIN), porém existe um limite nas linhas de transmissão. Após atingir o limite das linhas, o preço em cada submercado fica atrelado ao volume de água em seus respectivos reservatórios e ao acionamento de usinas térmicas.
A Comerc Energia, maior gestora de energia do país, criou um infográfico para mostrar onde você deve fazer a “dança da chuva” se quiser aumentar as chances de o preço da energia baixar na sua região. O infográfico revela quais rios e bacias hidrográficas são mais importantes e o tempo que as vazões levam para sair da nascente até desaguar nos reservatórios.
Confira: