O “Informativo PLD” é uma publicação semanal que apresenta a análise das variações do PLD da semana atual.
Análise Semana 1 (01/08 a 07/08)
O PLD dessa semana sofreu uma diminuição significativa quando comparado ao preço da última semana de julho para todos os submercados, exceto o Sul. Isso ocorreu principalmente por causa da atualização das ENAS verificadas, que ficaram mais otimistas do que as ENAS consideradas anteriormente. Para esta semana espera-se que a ENA do Sudeste fique em 109% da MLT, em 159% da MLT no Sul, enquanto que no Nordeste e Norte, a expectativa é de que a ENA fique em 55% e 94% da MLT, respectivamente.
A diferença entre o CMO do ONS e o PLD se deve ao fato de que a CCEE não considera nenhuma restrição de intercâmbio conjuntural interna aos submercados, além de não considerar também as restrições elétricas de Paulo Afonso IV, Santo Antônio e Jirau, enquanto que, o ONS leva em consideração todas essas restrições. Isso ocorre por causa das atuais Regras e Procedimentos de Comercialização, que estabelece que na situação em que o intercâmbio entre submercados é limitado por uma restrição interna conjuntural, esta não deve ser considerada no cálculo do PLD, fazendo com que, nessa situação os limites de intercâmbio considerados pelo ONS e pela CCEE sejam diferentes. Neste caso, o limite de recebimento do Nordeste está menor no deck do ONS do que no deck da CCEE.
Impactos no CMO – Semana 1
Um dos fatores que mais impactou na diminuição do CMO em todos os submercados nesta semana foi a atualização da Função de Custo Futuro para o mês de agosto de 2015, que considerou energias afluentes passadas mais otimistas e a redução da carga. Já, as previsões de vazão menos otimistas no Sudeste, Sul e Norte fizeram com que o preço aumentasse nestes submercados. A redução da disponibilidade hidráulica no Sudeste e os níveis de armazenamento abaixo dos previstos no Sul, também fizeram com que o preço aumentasse. As demais atualizações causaram pouco impacto no preço. A figura abaixo apresenta os fatores que impactaram no Custo Marginal da Operação, base para o PLD, do submercado Sudeste.
Meteorologia
As águas do oceano Pacífico centro equatorial mostram aquecimento acima do que é considerado normal, o que caracteriza um episódio de El Niño. A previsão climática dos grandes centros mundiais mostra a continuação do fenômeno até o mês de novembro. Depois deve ocorrer um decréscimo da temperatura. Esse fato leva acreditar que o El Niño será curto com um grau de intensidade moderado e não deve influenciar muito no regime de precipitação durante a estação chuvosa de setembro de 2015 a março de 2016. Para essa semana operativa de 01 a 07 de agosto, a previsão de precipitação mostra que nos submercados Sudeste/Centro-Oeste, Norte e Nordeste não devem ocorrer totais de precipitações significativos, caracterizando uma semana operativa seca. Já no Sul, a entrada de uma frente fria organiza a convecção sobre parte do Rio Grande do Sul e deve causar precipitação significativa nas bacias do Jacuí e Uruguai.
Previsão de CMO – Semana 2 de Agosto
A previsão de CMO do ONS para a próxima semana operativa, realizada a partir dos cenários de afluência de cada submercado, é apresentada abaixo. Segundo esta previsão, o CMO não deve sofrer grandes alterações se comparado ao PLD desta semana, exceto no submercado Nordeste, que deve ficar próximo dos outros submercados.
Despacho Térmico – Semana 1 de agosto
O despacho térmico da primeira semana de agosto é apresentado abaixo. Com relação à última semana de julho, a despacho por Ordem de Mérito diminuiu. Essa diminuição se deve ao fato de que o CMO diminuiu e consequentemente os despachos realizados fora de ordem de mérito aumentaram. Nesta semana espera-se que 4033 MWm sejam despachados via Segurança Energética, enquanto que na última de julho foram despachados apenas 1555 MWm na mesma modalidade. Além disso, foram despachados 80 MWm via Restrição Elétrica, 8 MWm a menos do que na semana passada.
2ª Revisão Quadrimestral
No mês de julho ocorreu a 2ª revisão quadrimestral das previsões de carga para o período de 2015 a 2019. Em relação aos valores da 1ª revisão quadrimestral, a carga prevista sofreu uma diminuição significativa, como é possível notar no gráfico apresentado a seguir. O ONS e a EPE, atualizaram as previsões considerando algumas premissas, entre elas a redução da expectativa do crescimento econômico do país (PIB) em 2015, os desvios observados entre a previsão realizada na 1ª Revisão Quadrimestral e a carga verificada, o aumento das tarifas de energia elétrica devido às bandeiras tarifárias e a recuperação gradual da economia brasileira em 2016. A partir dessas condições econômicas, a carga de energia do SIN para 2015 deve ficar em 64017 MWmed, equivalente a uma retração de 1,8% com relação a 2014.