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Mercado livre de energia: poder de decisão que traz redução de custos com energia elétrica

Escrito por Comerc Energia | Jan 28, 2020 10:19:10 AM

Indústrias e comércios elegíveis para o mercado livre de energia chegam a economizar até 30% na fatura de energia. Segundo a CCEE, já são mais de 6.900 consumidores nesse mercado.

Todo começo de ano, pensamos em soluções para economizar e fazer uma gestão mais eficiente do nosso dinheiro. O mercado livre de energia é uma alternativa de redução de custos para muitas empresas e comércios, podendo levar à economia de até 30% na fatura de energia elétrica.

Em novembro de 2019, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) divulgou que já são mais de 6.900 consumidores que optaram por esse mercado. Sendo que grande parte desse número, 6.020, fazem parte da categoria de consumidor especial (demanda contratada entre 500 kW e 2.000 kW).

Essa categoria foi criada em 2016, levando a um aumento expressivo no número de migrações nos últimos anos. Fizemos uma série especial sobre a história do mercado livre de energia no nosso canal de podcast, o Comercast. Os episódios #10, #11, #12 e #13 têm entrevistas com nossos especialistas que participaram de cada fase.

Quais são os critérios para migrar para o mercado livre?

O principal critério para um consumidor migrar para o mercado livre de energia é ter a demanda contratada mínima de 500 kW. Mas o que é essa demanda contratada? Nada mais é do que o “espaço no fio” que você vai demandar da distribuidora no seu pico máximo de consumo, quando usa a maior quantidade de equipamentos simultaneamente.

Existem duas categorias de consumidor no mercado livre de energia: consumidor especial e consumidor livre.

A principal diferença entre uma categoria e outra é o tipo de energia que pode comprar. O consumidor especial compra exclusivamente de fontes incentivadas, enquanto o livre pode comprar de fontes convencionais também.

Fontes convencionais: Usinas hidrelétricas de grande porte e usinas termelétricas

Fontes incentivadas: Geradas a partir de fontes alternativas e renováveis, como solar, eólica, biomassa, PCHs, biogás e cogeração qualificada. Concede aos consumidores um desconto na Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD), que pode ser de 50%, 80% ou 100%.

Ao longo dos anos, essa diferenciação entre as categorias tende a reduzir. Até julho de 2019, o consumidor livre precisava atender o critério de demanda contratada mínima de 3.000 kW e já reduziu para 2.000 kW.

                Leia também: Mudanças do mercado de energia para 2019

O que muda ao ser um consumidor livre?

A principal diferença é de quem você vai comprar energia. Quando se está no mercado cativo, a compra da energia elétrica é feita por intermédio da distribuidora. É como um consumidor residencial, que paga apenas uma fatura de energia com a tarifa de energia, as tarifas de distribuição e transmissão (TUST e TUSD) e encargos.

Já um consumidor do mercado livre de energia firma diferentes contratos: um com a distribuidora, que continuará cobrando a TUST e TUSD pela distribuição da energia; um com o fornecedor de energia escolhido (que pode ser um gerador ou comercializador); e um com a CCEE, com os encargos setoriais e a contribuição associativa.

Mesmo tendo mais faturas, o mercado livre ainda traz redução de custos. A figura da CCEE entra com toda a contabilização e operação desse mercado.

No mercado cativo, o consumidor fica exposto às bandeiras tarifárias que mudam constantemente de acordo com a disponibilidade hídrica do nosso Sistema Interligado Nacional (SIN). Quando os reservatórios estão com nível baixo e precisam ser preservados, o Operador Nacional do Sistema (ONS) precisa ativar as termelétricas, fontes mais caras de energia. Essa alternativa encarece a operação do sistema, repassando os custos para o consumidor.

                Leia também: Chuvas nas cidades não aumentam nível dos reservatórios de hidrelétricas

E quais são os benefícios do mercado livre de energia?

O benefício que mais chama atenção para a migração de consumidores é a redução de custos com energia elétrica, que é um dos maiores gastos de indústrias e comércios no Brasil. Com um baixo investimento de adequação e bom planejamento na hora da migração, o consumidor só tem a ganhar.

Além da economia, outro ponto que brilha os olhos de quem procura por essa solução é a previsibilidade orçamentária. Ao migrar, você conhece os custos de energia, uma vez que firma contratos e preços fixos em contratos que podem ser de curto, médio ou longo prazo.

O poder de decisão é outro benefício desse mercado. O consumidor pode negociar o fornecedor que terá, a quantidade de energia, quando será o melhor momento de compra, que tipo de fonte de energia irá usar e até as formas de pagamento. Além, é claro, de poder garantir a sustentabilidade ao optar por uma fonte incentivada/renovável.

Mas também tem pontos de atenção

Migrar para o mercado livre de energia exige planejamento e conhecimento profundo do seu perfil de consumo. Como exemplos: Quais são seus horários de maior consumo durante o dia? Tem meses de pico na sua produção/consumo de energia elétrica?

Conhecer esses pontos é fundamental para poder prever a quantidade de energia a ser comprada e negociada com o fornecedor. Por isso, recomenda-se um estudo de consumo com base nos últimos 12 meses e também analisar se há previsão de aumento ou queda de consumo para os próximos anos.

Quando um consumidor não planeja bem e consome mais energia do que previsto em contrato, por exemplo, ele fica exposto ao Mercado de Curto Prazo (MCP), que valora a energia consumida a mais com base do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), um valor que pode variar entre R$ 39,68/MWh a R$ 559,75/MWh (limites para 2020 definidos pela Aneel).

Atualmente, o PLD é calculado semanalmente. Mas, a partir de 2021, ele mudará para PLD horário.  Assista nosso webinário sobre Preço Horário e entenda mais.

Webinário Comerc Explica – Dos benefícios à migração: passo a passo para migrar para o Mercado Livre de Energia

Nossos especialistas, Laís Guimarães e Marcos Castanho, falaram mais sobre esse tema no Webinário Comerc Explica de Janeiro.

Confira abaixo o conteúdo na íntegra e caso tenha alguma dúvida, deixe seu comentário.