Modalidade é tendência no mercado por oferecer vantagens como economia e desenvolvimento sustentável para o consumidor.
Como o próprio nome diz, ” autoprodução” é uma alternativa em que o consumidor gera e consome sua própria energia, podendo substituir parte de sua demanda ou supri-la totalmente.
É uma forma inteligente de aliviar a carga do sistema elétrico, o bolso dos consumidores, e vem ganhando força nos últimos anos impulsionado por empresas e indústrias que buscam, além da redução de custos, estabilidade e alternativas que contribuam para o desenvolvimento sustentável de seus negócios.
O consumidor categorizado como Autoprodutor pode estar no mercado cativo ou livre, e recebe uma autorização para produzir a sua energia elétrica destinada para seu uso exclusivo.
Entre os principais atrativos dessa modalidade estão: redução de custos, qualidade e estabilidade do fornecimento.
Previsibilidade de gastos – é possível ter uma estimativa de gasto com energia durante a validade do contrato, uma proteção contra a volatilidade dos preços do mercado cativo – no qual o consumo é direto da distribuidora à qual o consumidor está conectado de acordo com sua localização geográfica;
Redução de custos – valores mais baixos do que o mercado devido à estimativa de gastos e negociação antecipada dos valores em contrato de longo prazo;
Sustentabilidade – além de garantir sua autossuficiência, o consumidor pode adquirir energia de fontes renováveis, diminuindo assim a emissão de gases de efeito estufa e colaborando com metas e protocolos de sustentabilidade;
Incentivo à tecnologia – a adesão a fontes flexíveis em contratos de longo prazo colaboram com a construção de novos parques geradores renováveis. Assim, movimentam a cadeia produtiva de energias renováveis, que beneficiam tanto a economia como a sociedade brasileira;
Vender excedente da energia – com o modelo da autoprodução, o consumidor livre pode vender o excedente da energia gerada para a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Entenda mais sobre esses pontos no Comercast.
A autoprodução pode ocorrer a partir de qualquer fonte de energia (com vantagens adicionais para renováveis, como eólica ou solar) e de duas formas diferentes: a primeira e mais conhecida ocorre quando a geração e o consumo se dão no mesmo local físico; a segunda, quando se dão em locais distintos.
Autoprodução contígua (in situ ou dentro da cerca)
Maioria da modalidade, com 77% de representatividade, é quando a geração e o consumo de energia acontecem no mesmo local.
Aqui, parte da energia não passa pelo medidor e não há uso do sistema de distribuição ou Sistema Interligado Nacional (SIN) para transportar a eletricidade.
Autoprodução remota (ou fora da cerca)
O autoconsumo remoto é caracterizado quando a usina está em local diferente do ponto de consumo. Nesse caso, o autoprodutor utiliza as redes do SIN.
Geração compartilhada
Também existem modelos societários que permitem a uma unidade geradora distribuir a energia entre vários integrantes com CNPJ ou CPF distintos, por meio de consórcio, cooperativa ou condomínio.
O consumidor que muda para o regime de autoprodução com fontes renováveis tem redução na incidência de alguns encargos setoriais:
Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), e a Conta Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia) nas parcelas, em R$/MWh,
Tarifas de Uso dos Sistemas de Distribuição (TUSD) e das Tarifas de Uso dos Sistemas de Transmissão (TUST).
Encargo de Energia de Reserva (EER)
Encargo de Serviços do Sistema – Segurança Energética (ESS-SE)
Apesar da evidência nos últimos anos, a autoprodução não é uma novidade. De acordo com a Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), na primeira década do século XX surgiram os primeiros sistemas de cogeração ao redor do mundo, época em que a produção centralizada de eletricidade era rara.
No Brasil, a cogeração ganhou força perto da década de 1980, quando usinas passaram a aproveitar o bagaço da cana para gerar a própria energia.
Foi na década de 1990 que a autoprodução figurou como uma tendência, quando indústrias eletrointensivas investiram na construção de hidrelétricas em busca de fonte mais barata e quando a modalidade foi regulamentada por meio da Lei 9.074/1995, Decreto 2.003/1996 .
No entanto, com o aumento de restrições ambientais para novos projetos hidrelétricos e o surgimento do mercado livre, houve grande redução de investimentos na autoprodução, que começou a retomar no mercado há cinco anos impulsionada pela chegada de novos modelos de negócios, novas tecnologias – principalmente a energia solar -, e pela busca de soluções mais eficientes e sustentáveis no longo prazo, como o consumo de fontes renováveis.