Muito se ouve falar sobre a contribuição à sustentabilidade proporcionada pelo mercado livre de energia. E hoje, vamos entender como ela se dá no triple bottom line, ou seja, nos 3 aspectos da sustentabilidade: o ambiental, o social e o econômico.
1 - MERCADO LIVRE E A CONTRIBUIÇÃO AO MEIO AMBIENTE
Sem dúvida alguma, é pela contribuição ao meio ambiente que o mercado livre se destaca quando o assunto é sustentabilidade. Isso porque assegura o uso de energia sustentável.
O Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos, criado em 2012 pela Assembleia Geral da ONU, evidenciou a sustentabilidade como ponto-chave do projeto, priorizando o uso de fontes renováveis para a geração de energia. Para 2030, o mesmo projeto pretende concretizar três principais objetivos pautados pela Agenda 2030 da ONU, sendo um deles justamente "Dobrar a participação de energias renováveis na matriz energética global".
Qual a diferença entre as fontes de energia?
As fontes de energia podem ser classificadas entre não renováveis e renováveis. As fontes não renováveis são extraídas da natureza e têm sua quantidade finita, limitada. São os chamados "combustíveis fósseis", que não podem ser refeitos pelo homem, sendo mais comuns o carvão, o petróleo, o gás natural e o urânio.
Já as fontes limpas ou renováveis são obtidas a partir da natureza e, em teoria, não se esgotam, como a água, o ar e o sol.
Com a crescente preocupação de minimizar os impactos das atividades humanas no planeta, entidades de todo o mundo se comprometem a contratar metas de gestão sustentável em suas operações. Nesse sentido, empresas e indústrias vêm migrando para o mercado livre de energia e mais: buscam obter certificados que comprovem que a sua energia vem de fontes renováveis.
Isso porque a sustentabilidade é, de fato, um diferencial competitivo muito forte, impulsionado não apenas pelas orientações de órgãos mundiais, mas por ser cada vez mais exigida pela sociedade que, consciente sobre a importância do tema, passa a exigir atitudes ambientalmente responsáveis das empresas que consomem e contratam.
2 - MERCADO LIVRE E A CONTRIBUIÇÃO PARA A ECONOMIA
Mesmo com o cenário desafiador do ano de 2020, marcado pela pandemia de Covid-19, o mercado livre de energia encerrou o ano com crescimento. Em dezembro de 2020, o mercado correspondia a 32% do total de energia consumido no país, correspondendo a 85% do consumo industrial brasileiro. (Fonte: Abraceel)
Com a expectativa da abertura total do mercado, estima-se que essa categoria atingiria 80 milhões de consumidores. O crescimento da quantidade de consumidores de diferentes setores contribui com o amadurecimento do mercado, colaborando com a construção de novos parques geradores renováveis, movimentando a cadeia produtiva e beneficiando tanto a economia como a sociedade brasileira. Por consequência, contribui diretamente com o aumento de postos de trabalho, que poderá atingir até 420 mil colocações com a abertura total do mercado, segundo a Abraceel.
Em paralelo, sabe-se que o mercado livre surgiu, principalmente, para estimular a livre concorrência e reduzir os custos com energia elétrica, o que impacta diretamente o bolso dos consumidores. Com a abertura do mercado, é possível escolher o próprio fornecedor de energia e negociar valores em contrato. Além disso, os consumidores do mercado livre estão isentos das bandeiras tarifárias e também de alguns impostos aplicados no mercado cativo (veja mais no próximo tópico).
3 - MERCADO LIVRE E A CONTRIBUIÇÃO À SOCIEDADE
Apesar do mercado livre ainda não ser acessível a 100% da população, com a queda do limite para ser consumidor livre, cada vez mais consumidores terão essa oportunidade. Uma grande e aguardada perspectiva é a futura abertura do mercado, que permitirá que consumidores de baixa tensão também tenham acesso a esse tipo de energia.
Além das vantagens econômicas que impactam consumidores finais e a sociedade como um todo - abordadas no tópico anterior - o mercado livre garante outras grandes vantagens para os consumidores:
1) Escolha do fornecedor
A primeira grande vantagem é algo que não se encontra no mercado cativo: a possibilidade de escolher o seu próprio provedor de energia. É possível negociar livremente o tipo de energia, a quantidade, o preço, a duração do contrato, dentre outras condições diretamente com a empresa que quer contratar.
2) Qualidade do serviço prestado
Justamente por poder escolher o próprio fornecedor e buscar alternativas no mercado, o mercado livre de energia garante também maior controle da qualidade do serviço contratado.
3) Previsibilidade orçamentária
No mercado livre, é possível ter uma estimativa do que haverá de gasto com energia ao longo dos meses. Isso porque o fornecimento é feito por contrato, ou seja, a negociação de valores e o cálculo estimado de demanda/ gastos são realizados com antecedência e podem ser projetados até o fim do período, sem sofrer com a volatilidade de preços do mercado...
4) Redução de tarifas e encargos
A possibilidade de consultar diferentes empresas e avaliar a concorrência permite, de imediato, escolher o fornecedor que entrega a melhor qualidade e o preço mais adequado à realidade do consumidor. Além disso, a negociação de um contrato de longo prazo traz possibilidades não só de combinar o valor da energia de forma direta, mas de planejar demanda e gastos antecipadamente, aumentando exponencialmente as chances de garantir uma importante redução de custos já no curto prazo - o que contribui diretamente para o aumento da competitividade da empresa em seu mercado.
Junto a isso, no mercado livre é muito mais comum o consumo de energia a partir de fontes incentivadas, que são geradas a partir de fontes alternativas e renováveis, como solar, eólica, biomassa, PCHs, biogás e cogeração qualificada. Nessa categoria, é concedido aos consumidores um desconto na Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD), que pode ser de 50%, 80% e até 100%.
Ouça o nosso podcast sobre Energia Limpa:
Nas próximas semanas, entenda como o mercado de energia pode proporcionar vantagens competitivas para a sua empresa.