Uma vantagem do mercado livre de energia é a liberdade que o consumidor – especial ou livre – tem para negociar as melhores condições para compra e venda de energia, de acordo com a sua necessidade. Entre os diversos cenários que ele pode encontrar, podemos destacar a possibilidade de SWAP de energia, que nada mais é do que a troca de energia entre os players desse mercado.
Esse termo é bastante conhecido no mercado de investimento e a definição é bem simples: SWAP é uma operação de troca entre duas partes.
No mercado livre de energia, temos diferentes tipos de SWAPs que o consumidor pode estudar, analisar e realizar, se for vantajoso para seu negócio. São eles: SWAP de Fonte de Energia, SWAP de Submercado e SWAP de Período e Volume.
Todos eles podem ser feitos por consumidores especiais – demanda contratada de 500kW a 3000 kW – e consumidores livres – demanda contratada acima de 3000 kW.
O nosso webinário desse mês abordou mais sobre cada um, com exemplos de casos reais para o consumidor entender qual é o melhor momento para escolher fazer uma operação de SWAP.
SWAP de Fonte de Energia
A operação de SWAP de Fonte de Energia pode ser feita por consumidores livres e especiais, mas com um ponto de atenção: o consumidor especial só pode consumir de fontes incentivadas e, portanto, fica limitado para realizar troca apenas entre fontes incentivadas. Já o livre, pode fazer a troca com qualquer tipo de fonte.
Existem duas formas de realizar esse SWAP de energia. A primeira é quando o consumidor negocia diretamente com o fornecedor para mudar a fonte de energia, caso ele tenha essa opção para fornecer.
Caso o atual fornecedor não tiver outra opção de fonte, podemos envolver um terceiro fornecedor no contrato de troca. O consumidor precisa fazer uma cessão do contrato original e fazer um novo com a fonte desejada.
Para identificar uma boa oportunidade para fazer esse tipo de SWAP de energia, o consumidor precisa analisar o custo do fio (Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição – TUSD), que é o valor que a distribuidora dele cobra pelo fio que ele usa da rede para garantir o seu consumo de energia.
O próximo passo é avaliar os spreads nos preços das energias. O que isso significa? Avaliar a diferença entre o preço da energia que ele está contratando atualmente e as energia de outras fontes, por exemplo, comparar preço da energia convencional e da energia incentivada 50%.
Quando a diferença entre os preços das energias (spread) for maior que o custo do fio a 50%, compensa o consumidor abrir mão do desconto nessa tarifa para comprar energia convencional, por exemplo.
Se o spread for menor que o custo do fio a 50%, compensa o consumidor adquirir esse desconto na TUSD, trocando a energia convencional pela energia incentivada 50%. Entenda mais sobre esse cálculo na imagem abaixo:
Fazendo esses cálculos e analisando os cenários, o consumidor precisa entender se o final da operação trará economia e será vantajoso. Sendo assim, destacamos alguns pontos importantes que é preciso analisar antes de realizar um SWAP de energia:
* Atenção à cessão de contrato com fornecedor de energia incentivada. O consumidor pode perder o desconto da TUSD;
* Sempre é possível realizar um SWAP. Basta avaliar a relação entre spread e custo do fio;
* As operações de SWAP impactarão o fluxo de caixa (positiva ou negativamente);
* É importante avaliar as questões tributárias.
Comerc Explica – Webinário
O webinário “SWAP: saiba como usar essa estratégia para criar oportunidades” também trouxe exemplos do SWAP de submercado e do SWAP de Período e Volume.
Nossos especialistas Danilo Mello, da Comerc Trading, e Tiago Boralli, da Comerc Gestão, explicaram os tipos de SWAP e falaram sobre a importância de uma boa gestão de energia para enxergar as melhores oportunidades de mercado em busca do menor custo.
Caso você tenha alguma dúvida, comente aqui na matéria.