No Plano Decenal de Expansão (PDE), publicado em 2015, a EPE acredita que, até 2024, a capacidade instalada total do Brasil seja de 206 GW, ou seja, quase 50% a mais se compararmos com a potência total atual de 139 GW.
O gráfico abaixo ilustra o montante de capacidade instalada, por ano, para cada tipo de fonte, separadas em renováveis e não renováveis, segundo o relatório do PDE.
O destaque das fontes não renováveis é a previsão de crescimento do gás natural, destacado na curva em vermelho abaixo:
Entre 2014 e 2024, a previsão de crescimento da capacidade instalada de termelétricas a gás natural é de 92% -acréscimo de 10 GW de capacidade. A geração nuclear é a segunda com a maior previsão de crescimento devido à implantação da usina de Angra 3, com um acréscimo de 1,4 GW de capacidade.
A expansão das termelétricas depende principalmente da disponibilidade do combustível e da viabilidade e competitividade dos empreendimentos no período de expansão de 10 anos.
Até 2024, as fontes renováveis terão um crescimento maior do que as fontes não renováveis, 56% contra 53%, respectivamente.
Entre as fontes renováveis, as que mais vão crescer serão a Biomassa, Eólica, PCH e Solar, destacados no gráfico abaixo como “outras fontes renováveis”:
As “outras fontes renováveis” de geração de energia (eólicas, biomassa, PCH e solar) irão crescer, em média, 10% ao ano entre 2014 e 2024. A fonte hidráulica (UHE) irá crescer 33% no período de 10 anos.
O crescimento dessas fontes deve ocorrer principalmente no Nordeste, como mostra o gráfico a seguir:
Para a EPE, o crescimento considerável da capacidade instalada do Nordeste deve-se à geração eólica, fonte com que tem apresentado maiores participações nos leilões desde 2009. Esta fonte tem apresentado preços competitivos em relação a outras fontes renováveis, como a Biomassa. Um dos motivos para a maior competitividade da fonte eólica é o fortalecimento da indústria nacional de equipamentos de geração eólica.
A EPE também espera um crescimento na carga de energia do SIN em 29 GWmédios entre 2014 e 2024. No mesmo período, o crescimento da capacidade de armazenamento do nível dos reservatórios será de 2,6 GWmédios, como mostra o gráfico abaixo:
No estudo, a EPE destaca a importância de outras fontes energéticas não controláveis (eólica, solar, biomassa e PCH) para a expansão da capacidade instalada. Entretanto, mostra que é necessário um aumento da capacidade de armazenamento em decorrência da intermitência de geração dessas fontes, de modo a garantir a segurança do atendimento do sistema.
Em situações críticas de geração das fontes não controláveis, é preciso gerar mais energia por hidrelétricas, refletindo no deplecionamento dos reservatórios ou no despacho térmico de termelétricas, nos meses de baixas afluências.
Outro destaque é a expansão da carga esperada pela EPE de 29 GW médios nos próximos 10 anos. Para efeito de comparação, no último decênio (2004 até 2014), a carga de energia cresceu 18 GW médios, 38% inferior ao projetado pela EPE para os próximos 10 anos.