É a primeira vez desde setembro de 2015, primeiro mês do Índice Comerc Energia – ou seja, em 32 meses – que todas as categorias monitoradas pelo Índice Comerc Energia apresentam simultaneamente expansão do consumo de energia. O índice de abril indica que, em relação a abril de 2017, o consolidado dos onze segmentos que o compõem é 7,43% maior do que o registrado no mesmo mês em 2017. O valor é três vezes maior que o consolidado de março de 2018, quando os onze segmentos consolidados apontavam para uma expansão do consumo de 2,25% sobre a base de um ano antes.
“É a primeira vez que nos deparamos com uma expansão simultânea de todos os segmentos monitorados”, comenta Cristopher Vlavianos, presidente da Comerc Energia. Em abril, ressalta o executivo, o destaque, mais uma vez, é o setor de Veículos e Autopeças, com uma expansão de 22,74% sobre a base de doze meses antes. “Os dados de um expressivo aumento do consumo de energia condizem com os números divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, (Anfavea), que registrou no mês 266,1 mil unidades produzidas – uma alta de 40,4% frente as 189,5 mil fabricadas em abril de 2017”, acrescenta.
Outras categorias que puxaram o consumo de energia no índice anual de abril foram Eletromecânica, 13,09% sobre doze meses antes, Materiais de Construção (12,19%) e Alimentos (9,38%). Para Vlavianos, o aumento generalizado do consumo de energia é para um indicador importante, que aponta claramente para uma retomada da produção.
Paradoxalmente, ressalta o executivo, quando a comparação é feita entre abril e o mês que o antecedeu, há uma queda de 1,97% no consumo. “Essa variação mensal negativa é pontual e pode ser explicada em função de alguns feriados, como o de Tiradentes, que caiu em um sábado, com impacto em algumas indústrias que normalmente mantêm a produção nesse dia; e na ponte para o feriado do Trabalhador, no dia 1º. de maio, quando muitas empresas liberaram seus trabalhadores para “enforcarem” o dia 30 de abril, uma segunda-feira, a fim de gozarem um feriado-ponte.
Vlavianos também lembra que outro fator que pode ter influenciado a queda do consumo de energia no Varejo em abril em relação a março deste ano é a temperatura mais amena, com o início do outono. “Shopping centers e grandes condomínios comerciais não demandaram tanto o ar condicionado nos momentos mais quentes do dia”, ressalta. Na cidade de São Paulo, por exemplo, segundo dados o Instituto Nacional de Meteorologia (InMet), a temperatura máxima caiu dos 29,6 graus centígrados, em março, para 26,6 graus centígrados, em abril. “Essa variação pode parecer pequena, mas impacta o consumo”, garante.
(*) OBS.: Desde setembro de 2017 o Índice Comerc Energia suprimiu a categoria de produtos de Higiene e Limpeza, a qual foi incorporada no segmento de Química.