O Planejamento da Operação coordenada pela EPE e ONS priorizou empreendimentos complementares à geração hídrica, como mencionado no post sobre a reunião do PEN que destacava o crescimento das usinas hídricas a fio d’água com consequente redução da capacidade regularização do armazenamento do SIN.
Nos anos de 2004 (pós-racionamento), 2010 e 2013 foram acrescidos mais de 3.000 MW de capacidade instalada por ano em usinas térmicas. Ao somar o acréscimo anual de capacidade instalada por fonte, neste período, as usinas térmicas (UTE) cresceram cerca de 26,5 GW enquanto as usinas hidráulicas (UHE), 23,8 GW de capacidade instalada.
O resultado deste planejamento energético é a mudança da geração, conforme demonstra o gráfico abaixo:
Desde 2014, o País tem reduzido a geração hidráulica. Para efeito de comparação, a diferença entre a geração de usinas hidrelétricas, maiores que 30MW de potência, no mês de janeiro de 2015 em relação ao mesmo mês de 2014, foi de -8,5%, ou 4 GWmédios.
Em paralelo, observamos o crescimento da geração eólica e usinas à biomassa. Esses empreendimentos, no entanto, apresentam um comportamento em função do sistema de ventos e da safra da cana de açúcar, como revela o gráfico abaixo:
Em entrevista para a Comerc, Marcos Jank, Executivo Global da BRF e integrante do Conselho Consultivo da Comerc Energia, comenta que a energia gerada por biomassa tem um grande potencial de crescimento. Para ele, os canaviais brasileiros possuem capacidade para gerar energia elétrica igual a três usinas de Belo Monte, algo em torno de 33.700 MW de capacidade instalada. Entretanto, cerca de 40% do potencial energético da cana são perdidos por falta de incentivos no uso deste tipo de fonte, tanto a palha quanto o bagaço da cana.
A geração eólica, por sua vez, cresce em níveis relevantes. Por exemplo, em janeiro de 2014 foram gerados 754 MWmédios de energia eólica e, no mesmo mês de 2015, foram gerados cerca de 1.992 MWmédios – portanto, um crescimento de 264% de um ano para o outro. Segundo a Abeeólica, o ano de 2014 fechou com um aumento de 126,7% na capacidade instalada das usinas eólicas, com aproximadamente 2.764 MW de acréscimo.
Para o próximo leilão de Energia Nova A-3, que ocorre em 21 de agosto, a EPE cadastrou 475 projetos de energia eólica com oferta de 11.476 MW e apenas 13 projetos para térmicas a biomassa, cuja oferta é de 604 MW.