Há um ano, o modelo Newave utiliza o Mecanismo de Aversão ao Risco (MAR), cuja implementação computacional só se tornou viável no modelo elétrico brasileiro em 2012, após pesquisa conduzida pelo Cepel. A resolução CNPE nº 03 definiu a inserção do mecanismo na formação do PLD.
Com a nova metodologia, a expectativa era uma elevação de aproximadamente 1.000 MW por mês de geração térmica no Sistema Interligado Nacional (SIN), e a consequente elevação de 10% na energia armazenada. Previa-se ainda um aumento na probabilidade de vertimento – quando as usinas chegam ao nível máximo dos reservatórios e precisam abrir o vertedouro para escoar a água que não será armazenada.
Desde julho de 2013, o que se observou foi o incremento da geração térmica como previsto, porém maior do que os 1.000 MW médios previstos anteriormente. Até julho de 2014, a geração térmica foi 24% maior do que a média do ano anterior, saindo de 12.000 MW médios em 2013 para um patamar de 15.000 MW médios na geração por ordem de mérito (sem levar em consideração a geração por segurança energética). Neste período, o nível dos reservatórios no Sudeste não se recuperou e vem reduzindo a sua capacidade máxima de armazenamento, chegando a 30% no término de agosto.
O reflexo da curva de aversão ao risco no modelo Newave, somado às baixas afluências, explicam o aumento da média mensal do PLD. Nos primeiros oito meses do ano, a média do PLD está em R$670/MWh; no ano passado, a média anual foi de R$260/MWh.