Na série Empresas de Energia, vamos explicar as diferentes empresas que fazem parte de toda cadeia do setor elétrico no Brasil e o papel de cada uma
O mercado de energia começa nas usinas geradoras, que são empresas que têm concessão, permissão ou autorização para explorar atividades de geração de energia elétrica.
As usinas são instalações industriais que utilizam geradores capazes de converter energia mecânica em energia elétrica por meio de alguma força motriz como água, vento, biomassa etc.
Entenda mais sobre o histórico e o que é uma Geradora de Energia Elétrica na MegaWhat.
As principais fontes de geração de energia no Brasil
Diferentes são as fontes de energia no Brasil, que podem ser classificadas entre não renováveis ou renováveis.
As fontes não renováveis são extraídas da natureza e têm sua quantidade finita, limitada. São os chamados “combustíveis fósseis”, que não podem ser refeitos pelo homem, sendo mais comuns o carvão, o petróleo, o gás natural e o urânio.
Já as fontes renováveis são obtidas a partir da natureza e, em teoria, não esgotam, como a água, o ar e o sol.
Atualmente, mais de 80% da energia no país provém de fontes renováveis, sendo que a maior parte se concentra nas hidrelétricas, com 63,5%, e 36,5%.
Entenda um pouco sobre cada uma delas:
Energia hidrelétrica
Aqui, o combustível é o fluxo das águas e a energia é produzida com o seu movimento.
Ela é gerada por meio das usinas hidrelétricas, que adaptam e desviam o curso dos rios, e formam reservatórios para usar a força da água que passa por ali. A água movimenta as turbinas que estão ligadas a geradores, possibilitando a conversão da energia mecânica em elétrica.
O Brasil é o terceiro maior país do mundo na produção desse tipo de energia. Essa fonte depende da chuva, mas há reservatórios que guardam a água para épocas de escassez.
Para sua construção, leva-se em conta o projeto de engenharia, os impactos ambientais, sociais e econômicos na região, além da viabilidade econômica do empreendimento.
Energia eólica
A energia eólica é obtida a partir do vento.
Ela ocorre pelo contato do vento com as pás do cata-vento e só pode ser gerada quando há vento suficiente. As pás do cata-vento giram em contato com o vento e dão origem à energia mecânica que aciona o rotor do aerogerador, que produz a eletricidade.
O Brasil é favorecido em termos de ventos, com maior potencial nas regiões nordeste, sudeste e sul, com uma presença duas vezes superior à média mundial.
Energia solar
A energia solar é aquela obtida pela luz do sol.
A geração ocorre por meio da radiação solar captada por painéis fotovoltaicos, que podem ser instalados em telhados ou áreas sem cobertura vegetal.
A produção de eletricidade a partir da energia solar vem crescendo nos últimos anos.
Energia termelétrica
Nesse caso, a eletricidade é produzida a partir da queima de combustíveis, sendo o gás natural um dos mais utilizados no Brasil.
O gás natural tem elevado poder calorífico e, em sua queima, apresenta baixos índices de emissão de poluentes em comparação a outros combustíveis fósseis. O vapor produzido na queima do gás é utilizado para movimentar as turbinas ligadas a geradores.
O desenvolvimento deste tipo de geração é relativamente recente e o seu uso foi ampliado somente na última década do século passado.
Energia de biomassa
Biomassa é todo recurso renovável oriundo de matéria orgânica (de origem animal ou vegetal) que pode ser utilizada na produção de energia, sendo a cana-de-açúcar a mais utilizada atualmente no Brasil.
O setor sucroalcooleiro gera grande quantidade de resíduos, que podem ser aproveitados por meio da combustão, gaseificação ou pirólise (decomposição térmica de materiais contendo carbono, na ausência de oxigênio) na geração de eletricidade.
No Brasil, a imensidão das regiões tropicais e chuvosas oferece excelentes condições para a produção e o uso energético da biomassa em larga escala. O maior potencial para geração de energia elétrica no país é o bagaço da cana-de-açúcar, mas a produção de madeira em forma de lenha, carvão vegetal ou toras, também gera grande quantidade de resíduos que podem igualmente ser aproveitados.
Energia de biogás
O biogás vem da biomassa contida em dejetos urbanos, industriais, agropecuários e em esgotos, que passam naturalmente do estado sólido para o gasoso por meio da ação de microorganismos que decompõem a matéria orgânica em um ambiente anaeróbico.
Nesse caso, o principal método de produção é a quebra biológica de material orgânico na ausência de oxigênio, conhecida como digestão anaeróbica, mas também pode ser obtida pela queima direta dos resíduos sólidos ou gaseificação por meio reações químicas que geram calor.
No Brasil, apesar do enorme potencial, ainda são poucas as usinas termelétricas movidas a biogás.
As rotinas de um gerador de energia
Antes de iniciar o empreendimento, duas primeiras questões que surgem são: a potência a ser instalada e o acesso à rede de distribuição/transmissão.
Com relação à primeira, é o próprio empreendedor que deverá mensurar o projeto de acordo com a sua capacidade financeira e seu planejamento. Já à segunda, o acesso à rede elétrica é garantido por lei a todos os agentes do setor, mas nem sempre a conexão desejada pelo empreendedor será a concedida.
Passados esses pontos, o empreendedor tem sua atenção voltada para aspectos relacionados à construção da usina e, até efetivamente começar a gerar energia, o empreendimento deve cumprir um longo processo de exigências regulatórias, ficando sujeito a penalidades e até revogação caso não cumpra com suas obrigações.
Nesse processo, contar com a ajuda de especialistas capacitados para dar suporte a aspectos regulatórios e de comercialização é imprescindível para viabilizar o projeto com sucesso.
Conheça a legislação e o modelo do mercado brasileiro de energia elétrica.
Desde 2008, a Comerc atua nessa área com objetivo de simplificar o mercado para o gerador, prestar assessoramento, dar suporte às questões regulatórias e apoiar na elaboração de estratégias de comercialização, incluindo:
-balisamento de mercado e avaliação das propostas de energia recebidas, bem como apoio na validação do risco de crédito e de performance dos potenciais clientes na estratégia de comercialização de energia elétrica;
-suporte personalizado em questões regulatórias da ANEEL;
-gestão ativa do portfólio de contratos, o que inclui sazonalização estratégica considerando o perfil cliente e as perspectivas mercadológicas; análise mensal dos compromissos de longo e curto prazos; análise dos resultados financeiros de curto prazo na CCEE e acompanhamento mensal do desempenho dos contratos regulados;
-disponibilização de relatórios de acompanhamento por unidade e consolidado da empresa com medição das usinas, balanço energético mensal, desempenho no ambiente regulado;
-eliminação do trabalho operacional referente à Contabilização na CCEE como gestão de contratos, medição e processo de contabilização da CCEE, acompanhamento e conformidade dos processos da CCEE;
-serviços adicionais como controle e informação das garantias a serem prestadas junto ao Bradesco/CCEE, análise econômico-financeira da viabilidade de migração de unidades para o mercado livre, assessoria regulatória permanente; atendimento para usinas em fases pré e pós-operacional; assessoria em leilões e treinamentos.
-representação na CCEE: aderência total às Regras e Procedimentos de Comercialização, adesão e modelagem na Câmara, registro mensal dos contratos no sistema computacional da CCEE, ajustes de medições, solicitação e participação em reuniões com a CCEE e gerente exclusivo na CCEE para atendimento à Comerc.
“Empresas de Energia” parte 2: Transmissoras e Distribuidoras
No próximo texto da série, explicaremos como a energia é transmitida e distribuída no Brasil. Acompanhe!