O setor de materiais de construção representou o principal alicerce no crescimento acumulado tímido do consumo de energia no Brasil nos últimos 12 meses (0,84%). Segundo dados do Índice Comerc, um termômetro que apura as variações na utilização da economia nos 11 principais setores da economia brasileira, o segmento consumiu 6,5% a mais de energia nos últimos 12 meses encerrados em abril passado.
A potência deste resultado impressiona, em especial, por ser um incremento quase 70% superior que o registrado pelo segundo setor que mais cresceu no período, eletromecânica, com 3,83% de alta”, afirma Marcelo Ávila, vice-presidente da Comerc Energia. Outro dado que chama atenção é o fato do incremento acumulado representar sete vezes o registrado na média dos 11 principais setores da economia brasileira para o período, que teve ligeira alta de 0,84%.
Segundo Ávila, o consumo de energia acompanhou os resultados de um setor que, mesmo diante das dificuldades, tem se mantido competitivo. Segundo dados da ANAMACO, as vendas no varejo de material de construção cresceram 4% nos últimos 12 meses corridos, com especiais bons resultados no Sudeste do país.
Se o acumulado impressionou, os resultados mês a mês de consumo de energia no setor de materiais de construção não ficaram para trás. Foi registrada queda apenas no mês de março, sendo que todos os demais meses fecharam no positivo. “É uma solidez não vista em nenhum dos outros 10 setores apurados pelo Índice Comerc. Apenas embalagens passou perto, ao registrar dois decréscimos mensais de energia, enquanto todos os demais segmentos tiveram pelo menos três quedas nos últimos meses”, explica Ávila.
O perfil descendente nos meses de dezembro e janeiro são motivados pelas férias coletivas concedidas por muitas empresas, o que afeta diretamente a produção. No caso de março, foi reflexo da grande quantidade de feriados, em especial o Carnaval. Se desconsiderado esse fator, o setor cresceu 1,87%.
Metodologia
O Índice Comerc Energia, publicado mensalmente, leva em conta o consumo das cerca de 1900 unidades na sua carteira, pertencentes a mais de 910 grupos industriais e comerciais que compram energia elétrica no mercado livre.